4 dicas de como estimular e respeitar a independência da pessoa idosa
Graças aos avanços da medicina e da tecnologia na área da saúde, a expectativa de vida dos brasileiros tem aumentado gradativamente. A notícia é animadora! Mas, quando falamos em qualidade de vida, devemos ter em mente que também é necessário focar na saúde emocional.
Nesse sentido, a independência (capacidade de realizar atividades sem auxílio) e a autonomia (possibilidade de tomar decisões e gerenciar a própria vida) da pessoa idosa são fatores de grande importância para seu bem-estar.
Quer conhecer dicas práticas de como estimular e respeitar a independência da pessoa idosa de forma amorosa e segura? Então, continue lendo até o final!
Como estimular a independência da pessoa idosa no dia a dia?
Fomentar a independência da pessoa idosa envolve enxergar as potencialidades que ela tem e trazê-las à tona no cotidiano. Estudos indicam que essa prática traz benefícios em relação à autoestima, à socialização, à qualidade do sono e muito mais.
Sendo assim, saiba o que fazer para proporcionar um envelhecimento mais ativo e saudável a quem você ama.
1. Deixe que a pessoa idosa realize tarefas sozinha
O impulso de ajudar pessoas idosas nos afazeres do dia a dia costuma ser bem-intencionado. A preocupação e o cuidado com nossos entes queridos dão origem ao desejo de auxiliá-los. Por vezes, acreditamos ser capazes de realizar as atividades com maior agilidade, ou pensamos que a pessoa idosa ficará mais segura se fizermos certas tarefas por ela.
Entretanto, devemos tomar cuidado para evitar o ageísmo. Essa é uma forma de capacitismo (discriminação ou preconceito com base em uma crença equivocada sobre o grau de capacidade de outros seres humanos) derivada exclusivamente da idade da pessoa — e que tem efeitos nocivos sobre a autoestima e a saúde emocional.
Incentive seu familiar a realizar tarefas cotidianas sem supervisão. Deixe claro que ele pode pedir ajuda se precisar e que você estará à disposição para oferecer apoio. No entanto, evite ficar rondando o tempo todo, pois isso pode gerar um sentimento de falta de confiança.
Estimule a pessoa idosa a se arrumar sozinha, a organizar os próprios pertences e a participar de alguns cuidados com a casa que proporcionem a ela prazer e alegria, como auxiliar no preparo dos alimentos, cuidar das plantas ou fazer pequenas arrumações.
Naturalmente, é necessário garantir a integridade física da pessoa idosa. Por isso, verifique se o ambiente está preparado para evitar quedas e acidentes e, caso seja necessário, providencie adaptações.
Existem diversas tecnologias assistivas, como barras de apoio, adaptadores para vestimenta, entre outras, que podem ser grandes aliadas para facilitar a vida da pessoa idosa, aumentando sua segurança ao desempenhar as atividades diárias.
2. Incentive a prática de atividades físicas
A prática regular de atividades físicas ajuda a fortalecer os músculos, manter as articulações lubrificadas e com boa mobilidade, aumentar o alongamento e a flexibilidade do corpo, melhorar a postura e o equilíbrio.
Além disso, realizar exercícios em grupo e com a supervisão de um profissional de educação física é não apenas uma forma de estimulação cognitiva, mas também uma oportunidade de socializar.
Tudo isso colabora para que a pessoa idosa tenha maior desenvoltura e confiança ao se locomover e possa desenvolver suas tarefas de forma independente e com segurança. Portanto, é muito positivo estimular esse hábito e ajudar seu ente querido a descobrir quais são as atividades físicas de que mais gosta.
3. Estimule a socialização
Uma vida social ativa e satisfatória, que atenda o pilar das conexões sociais preconizado pela Medicina de Estilo de Vida, é uma das bases do bem-estar emocional em qualquer faixa etária. Ao criarem laços afetivos e sentirem que são parte de um grupo, as pessoas idosas ganham mais alegria de viver.
A convivência com pessoas queridas também melhora a autoestima, reduz os níveis de estresse e ansiedade, e pode, inclusive, ajudar a combater a depressão. E tem mais: o senso de comunidade que nasce entre quem socializa com frequência pode funcionar como uma rede de apoio.
Assim, em vez de realizarem certas atividades sozinhos ou dependerem da disponibilidade de parentes, as pessoas idosas podem optar por convidar um ou mais amigos, de modo que um faça companhia e ajude o outro.
Encoraje seu familiar a ter os próprios hobbies, fazer amizades e manter contato com pessoas que têm interesses em comum. Além dos efeitos positivos para a saúde mental, a socialização é muito benéfica para a autonomia e a independência das pessoas idosas.
4. Considere a vontade da pessoa
Como você se sentiria se, de uma hora para outra, as pessoas da sua família começassem a ignorar suas vontades e passassem a tomar uma série de decisões sobre a sua vida por você? Seria bem desagradável, não é mesmo? Então, leve isso em conta ao lidar com seu ente querido.
Lembre-se de que, a não ser em casos específicos (como redução cognitiva decorrente de enfermidades), a pessoa idosa é exatamente igual a você: com bagagem cultural, além de total capacidade de compreensão, lógica e raciocínio. Logo, se não existir nenhuma condição médica que gere limitações nesse sentido, evite tratar as pessoas idosas como crianças.
A terceira idade nada mais é do que uma fase da vida adulta. Assim, se pessoa tem domínio de suas faculdades mentais deve ter suas vontades ouvidas e validadas como tal. Se você não faz diferença entre a expressão dos desejos de um adulto de 30 ou de 40 anos, por que trataria de modo diferente alguém com mais de 65, por exemplo?
Sempre que possível, permita que a pessoa idosa tome decisões e faça suas próprias escolhas. Caso ela faça opções que não são razoáveis ou que apresentem riscos, converse e exponha seus argumentos de forma equilibrada, clara e madura. Não imponha suas verdades como faria com uma criança pequena que não tem capacidade de decisão.
Saiba que a falta de autonomia e de independência pode afetar de forma negativa a saúde física e mental da pessoa idosa. Caso não sejam estimulados a ser autossuficientes ou sintam que têm a vida controlada e gerenciada por terceiros o tempo todo, elas podem ficar mais propensas a desenvolver problemas como depressão e até mesmo a doença de Alzheimer.
Agora que você entende a importância de respeitar e valorizar a independência da pessoa idosa, comece a colocar em prática as dicas deste post e garanta que seu ente querido tenha uma vida mais plena e feliz.
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