Gerontologia: confira o guia completo sobre o tema!

Gerontologia trata-se do estudo do envelhecimento nos aspectos culturais, biológicos, sociais, psicológicos e outros. Um campo profissional e científico dedicado aos assuntos multidimensionais do envelhecimento e da velhice humana, que visa a prevenção e a intervenção para assegurar uma qualidade de vida aos idosos.

O termo Gerontologia vem do grego gero, que significa envelhecimento, e de logia, que quer dizer estudo. Quando juntamos as duas palavras, podemos descobrir sobre o que se trata essa área. Seria, então, envelhecimento estudioso? Não. Podemos dizer a você que se trata de um estudo do envelhecimento, ou seja, uma área que estuda as mudanças na vida de uma pessoa em alguns quesitos: social, biológico, cultural e psicológico.

A função do profissional da gerontologia é compreender o que acontece com um indivíduo que está envelhecendo e adaptá-lo a esses problemas para que ele possa ter qualidade de vida.

Ao contrário do que muitas pessoas acreditam, Geriatria e Gerontologia não são a mesma coisa. Despertei sua curiosidade? Está a fim de saber mais detalhes sobre esse tema? Então você não pode deixar de acompanhar os próximos tópicos que preparamos para você! Aproveite e boa leitura!

O que é gerontologia?

No dia 1º de outubro é comemorado o Dia Internacional do Idoso. No Brasil, há mais de 28 milhões de pessoas com 60 anos ou mais e, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a expectativa é de que essa população dobre nas próximas décadas.

Nesse cenário, a SBGG (Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia) chama atenção para o trabalho exercido pelos profissionais especializados em envelhecimento, que são extremamente necessários na atenção e no cuidado com os idosos.

A Gerontologia é a ciência que estuda todo o processo de envelhecimento dos seres humanos em suas dimensões sociais, culturais, biológicas e psicológicas, com ênfase no indivíduo idoso e também nas especificidades da população nessa faixa etária. Os profissionais dessa área interagem entre si e com os geriatras e têm formação diversificada.

Sendo assim, estamos falando de um campo profissional e científico dedicado às questões multidimensionais da velhice e do envelhecimento, tendo a finalidade de descrever e de explicar o processo de envelhecimento nos seus mais diversos aspectos. Por sua natureza é um campo multi e interdisciplinar.

Vale destacar que, na área profissional, o objetivo maior é a prevenção e a intervenção para assegurar a melhor qualidade de vida possível das pessoas idosas até o momento final da sua vida.

Qual a diferença entre Gerontologia e Geriatria?

Para que você entenda melhor a diferença entre essas duas áreas, precisamos explicar o que é a Geriatria, afinal, você já sabe o que é a Gerontologia. Bom, podemos dizer que a Geriatria trata-se da especialidade médica que acaba se integrando na área da Gerontologia com o instrumental específico para atender a todos os objetivos da prevenção e do tratamento das doenças, da promoção da saúde, da prevenção e do tratamento das doenças, dos cuidados paliativos e da reabilitação funcional.

A Geriatria, portanto, abrange desde a promoção de um envelhecimento saudável até a reabilitação e o tratamento da pessoa idosa. O processo de envelhecimento impacta diretamente no comportamento orgânico, exigindo abordagens diferenciadas, bem como os jovens e crianças apresentam especificidades que são tratadas pelo profissional da Pediatria. Geriatra é o médico que fez sua especialização no cuidado de pessoas idosas.

Certo, mas e as diferenças entre Geriatria e Gerontologia? Quais são? Vamos lá. É preciso que fique claro que ambas as áreas trabalham com o mesmo público, mas que há diferenças pontuais entre elas.

A primeira área, a Geriatria, é um ramo da medicina totalmente especializada nos cuidados dos idosos, e exercida pelo Geriatra. A função dessa área é a promoção da saúde, fazendo um trabalho de prevenção e de tratamento de doenças que são específicas da população idosa.

Já a Gerontologia trata-se do ramo dedicado ao estudo dos inúmeros aspectos do envelhecimento. É, portanto, um ramo multidisciplinar que se preocupa com a saúde e também com os aspectos sociais.

O profissional especialista em gerontologia pode trabalhar oferecendo a assistência necessária à pessoa idosa. Ele faz o planejamento, o desenvolvimento e a execução das ações de políticas públicas que são voltadas para o idoso no âmbito da saúde e da assistência social.

O papel desse profissional no geral é melhorar cada vez mais o padrão de suas entregas para garantir uma aumento da qualidade de vida das pessoas com 60 anos ou mais, desenvolvendo atividades que priorizem a saúde, a autoestima e o acesso a uma vida plena.

Então, resumindo, podemos dizer que a Geriatria é uma área dentro da Medicina que trata da saúde da pessoa idosa, enquanto a Gerontologia estuda todo o processo de envelhecimento e planeja sobre o que fazer para se conquistar uma melhor qualidade de vida com o passar dos anos. Desse modo, é possível afirmar que a Gerontologia está cada vez mais presente nos dias atuais, com estudos crescentes e sendo cada vez mais necessária.

Para que serve a Gerontologia?

A Gerontologia tem como principal exercício agir no sentido de promover um envelhecimento muito bem-sucedido, por meio da aplicação das metodologias essenciais e necessárias ao entendimento integral do processo de envelhecimento do ser humano nos seus aspectos sociais, biológicos, psicológicos, culturais e sociais e, com vista a estimular e/ou preservar o equilíbrio psicoafetivo, a capacidade funcional, a capacidade cognitiva e o envolvimento ativo com a vida.

Podemos destacar algumas competências do profissional da Gerontologia. Confira:

• conhecer os processos normais de envelhecimento humano detectando desvios de caráter patológico;
• implementar programas de promoção e de prevenção dos processos de desenvolvimento na pessoa idosa;
• gerir, organizar e administrar serviços de preservação do bem-estar da população em envelhecimento;
• avaliar qualidade de vida, problemas de envelhecimento e bem-estar nas populações idosas;
• encaminhar e/ou acompanhar os idosos em situações agudas, finitude e reabilitação;
• intervir na sociedade, junto dos idosos e dos prestadores de cuidados;
• participar de trabalhos de investigação de saúde pública e clínica visando o estabelecimento dos padrões de qualidade de vida das comunidades em envelhecimento;
• participar ativamente da avaliação multidisciplinar das pessoas idosas, supervisionando a vigilância e o cumprimento das prescrições clínicas, a fim de promover a segurança e o suporte para o bem-estar das pessoas;
• intervir nas áreas da investigação científica, de ensino e de gestão, seja em projetos interinstitucionais, seja iniciativas institucionais;
• intervir ao nível da promoção e de prevenção da saúde.

Por que a Gerontologia é tão importante nos dias atuais?

A importância da Gerontologia pode ser explicada por meio do estudo do processo de envelhecimento dos seres humanos, com atenção às necessidades emocionais, físicas e sociais que acabam surgindo ao longo do tempo.

O maior objetivo dessa área é planejar e organizar projetos que sejam capazes de preservar a qualidade de vida e o bem-estar do idoso, além de compreender e de amenizar os problemas que atingem essa população.

Na prática, o profissional da Gerontologia tem uma visão bem ampla do processo de envelhecimento, incluindo desde perspectivas psicológicas até as biológicas e sociais. Os profissionais especialistas em gerontologia podem atuar como verdadeiros gestores da velhice, podendo trabalhar em conjunto com empresas, famílias, instituições e órgãos públicos a fim de detectar necessidades e aspectos que podem proporcionar mais qualidade de vida a esse público assistido.

Esse é um profissional que, inclusive, se faz cada vez mais necessário e relevante diante do aumento da expectativa de vida do povo brasileiro e da busca constante por um processo de envelhecimento com foco total no ganho de qualidade de vida.

Afinal de contas, ele tem formação de nível superior nas várias áreas do conhecimento, como Nutrição, Psicologia, Direito, Serviço Social, Terapia Ocupacional, entre outras. Logo, é um profissional apto a lidar com questões da velhice e do envelhecimento, com um olhar interdisciplinar devido à sua área original de conhecimento.

Nesse processo de prevenção, manutenção e recuperação da saúde do idoso é de fundamental importância uma vida ativa cognitivamente e fisicamente. É possível decretar a qualidade do envelhecimento das pessoas desde muito jovem, até porque os quesitos genéticos interferem pouco na possibilidade de mortalidade.

A realidade em volta e o estilo de vida da pessoa refletem muito mais. Sendo assim, fica evidente que algumas das condições para o envelhecimento humano podem ser facilmente aprimoradas com instruções de um profissional da Gerontologia. 

Quais as principais diretrizes para a saúde da pessoa idosa?

O Brasil envelhece de maneira intensa e bem rápida. A transição demográfica aqui no país apresenta características bastante peculiares e demonstra desigualdades sociais bem grandes no processo de envelhecimento.

Tal processo impactou e trouxe várias mudanças no perfil epidemiológico e demográfico em todo país, produzindo demandas que exigem respostas das políticas sociais com extrema necessidade, implicando em novas formas de cuidado, principalmente em relação à atenção domiciliar e aos cuidados prolongados.

Alguns direitos das pessoas idosas que podemos citar aqui são as diretrizes e o Estatuto do Idoso. Quanto às diretrizes da saúde da pessoa idosa, é importante saber que a Coordenação de Saúde da Pessoa Idosa do Ministério da Saúde tem responsabilidade total pela implementação da Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, que foi normatizada pela Portaria GM/MS nº 2.528, de 19 de outubro de 2006. A política tem como diretrizes principais:

• atenção integrada e integral à saúde do idoso;
• envelhecimento saudável e ativo;
• estímulo às ações intersetoriais;
• garantia de orçamento;
• fortalecimento do controle social;
• incentivo a estudos;
• pesquisas.

Já o Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741/2003) trata-se de uma iniciativa extremamente inovadora na garantia de direitos da pessoa idosa, resultado de uma mobilização da sociedade. O Estatuto contempla:

• direito à vida;
• ao respeito;
• à liberdade;
• à alimentação;
• à saúde;
• à dignidade;
• à convivência comunitária e familiar.

Já são 17 anos do Estatuto do Idoso, com o reconhecimento de grandes avanços no campo dos direitos, mas é importante destacar que ainda há lacunas de atenção por parte das políticas públicas. O Estatuto do Idoso destina-se a regular os direitos garantidos às pessoas que tenham 60 anos ou mais.

Vale destacar que, entre os direitos assegurados pelo Estatuto às pessoas idosas, estão também os da saúde. Veja alguns:

• atenção integral à saúde do idoso, por meio do SUS (Sistema Único de Saúde), assegurando-lhe o acesso igualitário e universal, em conjunto contínuo e articulado dos serviços e das ações, para a prevenção, proteção, promoção e recuperação da saúde, incluindo ainda a atenção especial às doenças que geralmente afetam preferencialmente as pessoas idosas;
• direito a acompanhante em caso de observação ou internação em hospital;
• direito de exigir medidas de proteção quando os direitos dessa população estiverem violados ou ameaçados por omissão ou ação da sociedade, da família, do Estado, de entidades de atendimento ou de seu curador;
• gratuidade no transporte coletivo público semiurbano e urbano, tendo uma reserva de 10% dos assentos garantida;
• desconto de 50%, no mínimo, nos ingressos para eventos culturais, esportivos, artísticos e de lazer;
• reserva de 5% das vagas nos estacionamentos privados e públicos;
• prioridade na tramitação dos procedimentos e dos processos na execução de diligências e atos judiciais;
• os casos de confirmação ou suspeita de violência praticada contra pessoas idosas precisam ser objeto de notificação compulsória pelos serviços de saúde privados e públicos à autoridade sanitária.

Bom, podemos afirmar que o aumento da expectativa de vida, o acelerado processo de envelhecimento da população brasileira e a diminuição da natalidade têm preocupado cada vez mais intelectuais, cientistas e formuladores de políticas públicas. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), em 2050, um quarto da população do mundo vai ser composta por idosos, ou seja, estamos falando de 2 bilhões de habitantes.

Devemos ressaltar que, ao contrário dos países desenvolvidos, como os Estados Unidos, o aumento de pessoas idosas nos países em desenvolvimento, como o Brasil, vem acompanhado por necessidades de saúde e sociais, tais como a pobreza, o analfabetismo, a quantidade insuficiente de programas para a população idosa, o pouco acesso aos serviços sociais e de saúde, a elevada projeção de doenças crônicas e ausência de políticas voltadas para a promoção e a prevenção de saúde que considere o curso de vida.

Portanto, o desafio da Gerontologia como um campo de atuação profissional e de estudos se concentra totalmente em garantir que o processo de envelhecimento e a velhice sejam processos bem assistidos e orientados. Torna-se fundamental que o aumento da expectativa de vida das pessoas seja acompanhado por bem-estar, satisfação e ganhos na qualidade de vida.

Nos últimos anos, as transformações sociodemográficas foram responsáveis pelo aumento da parcela da população idosa em todo o mundo. Em 2030, o Brasil vai ter a quinta população mais idosa do mundo. Diante disso, é fato que a maior longevidade vai trazer um grande aumento de doenças crônicas que podem acarretar maior dependência dos idosos. Logo, novas necessidades de cuidado surgirão e a Gerontologia será cada vez mais importante, afinal, os profissionais têm uma visão ampla do processo de envelhecimento, incluindo desde perspectivas biológicas até sociais e psicológicas.

E aí, o que achou do texto? Gostou de saber mais sobre a Gerontologia? Quer continuar aprendendo com os nossos conteúdos? Basta assinar a nossa newsletter e receber as novidades direto na sua caixa de entrada!